Posse da nova diretoria do SINDVAS com discurso emocionante da Presidente reeleita Maria Rosângela Lopes
Senhoras e senhores,
É com grande emoção e imensa responsabilidade que assumo, mais uma vez, a presidência deste sindicato, acompanhada por esta nova diretoria que hoje toma posse. Este momento não é apenas uma cerimônia formal; é a reafirmação do compromisso que assumimos em defender os direitos da nossa categoria, garantir condições dignas de trabalho e fortalecer a luta sindical, mesmo diante de tantos desafios.
Nos últimos anos, enfrentamos momentos críticos. Ameaças à legitimidade do nosso sindicato, tentativas de desestabilizar nossa atuação e perseguições que tentaram minar nossa força. Mas resistimos. Resistimos porque acreditamos que o sindicato não representa apenas os trabalhadores, mas suas famílias, a economia local e o desenvolvimento das cidades que compõem nossa base: Santa Rita do Sapucaí, Cachoeira de Minas e Conceição dos Ouros. Somos parte da história e da construção do futuro dessas cidades.
Sabemos que, em tempos difíceis, há quem tente nos silenciar, nos enfraquecer. E, infelizmente, eu mesma sou alvo dessas perseguições, simplesmente por ser mulher, por ser negra, por ser uma liderança forte e determinada. Mas isso nunca me impediu e nunca me impedirá de seguir em frente. Porque a nossa luta não é movida pelo ódio, mas pela justiça. E é essa justiça que continuará nos guiando.
Desde 1991, nossa trajetória foi marcada por embates intensos, pela resistência contra retrocessos e pela luta incansável por direitos. Houve momentos em que quase fomos apagados da história, em que tentaram nos estagnar, mas seguimos firmes. E seguimos porque tivemos uma gestão forte, ética e comprometida. Mesmo sem recursos, mantivemos nossa estrutura e nosso trabalho, porque nossa força não está apenas no dinheiro, mas na união e na consciência coletiva.
Hoje, olhando para trás, vejo que cada batalha enfrentada valeu a pena. Chegamos até aqui mais fortalecidos e com um sindicato que inspira respeito. E agora, passo esse bastão para esta nova diretoria que assume comigo a missão de dar continuidade a esse trabalho. Cada um dos diretores que hoje toma posse tem uma responsabilidade imensa. O sindicato é coletivo, mas o caráter e a ética de um dirigente sindical são individuais. A confiança que os trabalhadores depositam em nós precisa ser honrada com postura firme, integridade e respeito.
Quero fazer um pedido especial a vocês, novos diretores: conheçam e respeitem o estatuto do nosso sindicato. Ele não é apenas um conjunto de regras, mas a base da nossa atuação. Nossa luta é coletiva, mas nossa conduta deve ser irrepreensível, pois representamos trabalhadores que confiam em nós.
Tenho orgulho da minha trajetória e das raízes que me formaram. Venho de uma origem de luta, de resistência, de um povo que, mesmo diante das maiores adversidades, nunca deixou de sorrir. Aprendi com meus avós que o sorriso negro é a maior demonstração de força, porque, apesar de tudo, seguimos em pé, seguimos firmes, seguimos onde é o nosso lugar de direito.
A nossa luta é diária, e ninguém sabe o que o amanhã nos reserva. Mas uma coisa eu sei: tudo o que construímos até aqui já deu frutos. Há pouco tempo, ninguém queria assumir a direção do sindicato, ninguém queria ser dirigente sindical. Hoje, temos pessoas dispostas a essa missão. Isso significa que estamos no caminho certo.
Não posso deixar de agradecer à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e ao presidente Miguel Torres, um líder visionário que compreende que a luta sindical não tem gênero, que homens e mulheres juntos fazem um movimento mais forte. Foi com esse entendimento que me tornei a primeira mulher a integrar a Secretaria da Mulher da CNTM, e essa conquista não é só minha, mas de todas as trabalhadoras que represento.
Agradeço também às autoridades presentes, aos familiares que nos apoiam e à equipe que trabalha conosco no sindicato, que faz com que nossa luta seja possível.
E, para finalizar, quero deixar uma mensagem a todos: a luta faz a lei. Nada nos foi dado de graça. Cada direito conquistado foi resultado de mobilização, de enfrentamento e de resistência. E é com essa consciência que seguiremos firmes. Porque, enquanto houver injustiça, haverá luta. E enquanto houver luta, haverá esperança.
Muito obrigada.
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