Trabalhadores protestam por mais segurança nas refinarias
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) comandou sexta (24) atos nas unidades do Sistema Petrobras, para cobrar segurança, investimentos em manutenção e contratação de mais petroleiros. As manifestações também foram em solidariedade aos trabalhadores da Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, onde ocorreu grave explosão na semana passada. No início da manhã, ocorreram atrasos na entrada de turnos e manifestações em unidades como o terminal da Transpetro de Suape (PE); trevo da resistência, acesso à refinaria Landupho Alves (Rlam) na Bahia; Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Paraná; e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.
O coordenador-geral da FUP, Simão Zanardi, disse à Agência Sindical que houve mobilização em todas as refinarias do País. “Chamamos os trabalhadores para falar de segurança nos locais de trabalho. Hoje foi um dia de debate sobre segurança e preservação de vidas”, explica.
Ele denuncia que houve redução drástica nos investimentos em manutenção preventiva. “Só pra ser ter uma ideia, em 2012 foram R$ 12 bilhões. Em 2017, apenas R$ 1 bi. Essa é uma política deliberada de sucateamento, pra vender o patrimônio público”, afirma.
O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo avalia que o acidente na Replan é uma das consequências do desmonte da Petrobras, caracterizado pela redução do efetivo operacional e precarização das manutenções preventivas. A explosão aconteceu dias após uma parada de manutenção do craqueamento. Segundo a entidade, pela primeira vez, o serviço foi executado por empresa de fora, apenas com terceirizados.
Replan – O ato em Paulínia atrasou em duas horas o início do expediente do turno e do setor administrativo. A partir das 5 horas, petroleiros se concentraram na Portaria Sul, cobrando segurança. Cerca de 300 trabalhadores participaram da mobilização.
“Nós estamos em um caminho que, estatisticamente, vai levar a um acidente fatal”, adverte o diretor do Sindipetro-SP, Arthur Bob Ragusa. O dirigente lembra que, em um ano, já ocorreram quatro paradas gerais da Repaln.
Perigo iminente – A FUP alerta para o risco de um grande acidente industrial, em função dos cortes. A situação vem se agravando com a imposição à estatal de planos de demissão e reestruturação, responsáveis pela saída de cerca de 20 mil trabalhadores e a redução dos quadros nas áreas operacionais.
Agência Sindical
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