Assembleia na Ford ABC protesta contra a ameaça de fechamento da GM no Brasil
Dirigentes metalúrgicos da Força Sindical e da CUT participaram nesta terça, 22 de janeiro de 2019, de uma assembleia com os trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo. O objetivo foi mobilizar a categoria e informá-la sobre o comunicado feito pela General Motors (GM) de que a empresa estuda fechar suas unidades no Brasil e na América do Sul. Pela Força Sindical, estiverem presentes o presidente Miguel Torres, o secretário-geral João Carlos Gonçalves (Juruna) e o secretário de relações Sindicais Geraldino Santos Silva. “Estamos cobrando a responsabilidade social da empresa e defendendo os empregos e os direitos de milhares de trabalhadores que, diante deste comunicado da GM, estão com razão muito apreensivos”, diz Miguel Torres, também presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
Também ocorre nesta terça, em São José do Campos, reunião entre representantes da GM, dos sindicatos de Metalúrgicos de São José e São Caetano do Sul e das prefeituras dos dois municípios. O mesmo ocorrerá em Gravataí/RS, onde há planta da GM.
No Brasil, há plantas em Gravataí, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul e Joinville, em um total de aproximadamente 16 mil trabalhadores empregados, sem contar as autopeças e outros segmentos fornecedores.
Nota oficial sobre possível saída da GM do Brasil e América do Sul
Na última sexta-feira (18) a General Motors (GM) enviou um comunicado aos seus funcionários, assinado pelo presidente da empresa no Mercosul, Carlos Zarlenga, onde coloca que a situação da empresa “é crítica” e que eles estudam a possibilidade de sair do Brasil e da América do Sul.
Logicamente isto leva apreensão aos trabalhadores. No entanto ela se contradiz com a realidade, visto que a GM anunciou um lucro global superior a 2,5 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 10 bilhões, no último trimestre, e é líder de vendas na região.
Acontece que a empresa aproveita o momento para fazer uma forte reestruturação, com demissões e fechamento de plantas, como algumas que já foram anunciadas nos EUA e Canadá. Os trabalhadores não podem mais uma vez “pagar o pato”.
Repudiamos esta possibilidade de paralisação da produção no Brasil e na América Latina, e também que nos seja exigido mais sacrifícios, como diz o comunicado da empresa , já que foram feitas várias concessões à GM e a empresa sempre querendo mais.
Não aceitamos que a situação seja utilizada para reduzir mais direitos, nem demissões ou o fechamento de fábricas. Defendemos os empregos e queremos estabilidade!
Os sindicatos que têm representação na GM no Brasil e demais entidades que assinam este documento manifestam sua oposição a esta reestruturação global que a GM vem promovendo, pois ataca os empregos com o fechamento de plantas e a retirada de direitos.
Nesta luta, buscaremos atuar em unidade, inclusive, com trabalhadores de outros países que também abrigam plantas da GM, como a Argentina. Participaremos na terça-feira (22), de uma reunião com representantes da empresa e defenderemos juntos os empregos e os direitos dos trabalhadores.
São Paulo, 21 de janeiro de 2019
Miguel Torres
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força)
Paulo Cayres
Presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT)
Atnágoras Lopes
Membro da Executiva Nacional da CSP/Conlutas
Wagner Santana (Wagnão)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Aparecido Inácio da Silva (Cidão)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul
Weller Pereira Gonçalves
Presidente Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
Foto Alex Líder
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