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Pesquisas sobre violência contra a mulher destacam importância da informação

Pesquisas sobre violência contra a mulher destacam importância da informação

No mês em que se celebra a conscientização pelo fim da violência contra as mulheres, também conhecido como Agosto Lilás, uma pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Unidade Frutal, de autoria de Marcela Fernanda da Paz de Souza, produziu a cartilha instrucional Mídia e Violência Contra a Mulher.

“Um dos temas pesquisados por nós é a revitimização, processo que ocorre quando a mulher sofre a agressão de fato, no momento do acometimento do crime; em revitimização secundária, ocasionada pelo aparelho estatal, quando a mulher busca apoio e pode ser submetida a constrangimentos (no inquérito policial, na fase judicial, ou em algum outro momento desse processo de tutela do estado); e o terceiro tipo, quando a sociedade, muitas vezes por meio da mídia e das redes sociais, reforça o julgamento da mulher que sofreu violência”, explica Marcela.

Um dos trabalhos desenvolvidos pela pesquisadora tem foco em investigar como a imprensa produz o enquadramento e as narrativas sobre essas mulheres na mídia, a fim de verificar se as matérias geram essa revitimização. O trabalho é coordenado por Marcela, com o apoio da bolsista Sabrina Souza Macedo, que participa do Programa de Apoio à Iniciação Científica e Tecnológica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

“Nossas leis são fundamentais, mas a mídia também tem grande relevância no enfrentamento a esse tipo de violência. Como mulher, me sinto diretamente afetada pela temática e acredito na importância da divulgação de informações e dos centros de apoio para que nós, mulheres, não nos sintamos sozinhas”, avalia a bolsista.

Em análise do grupo, a revitimização ocorre na forma como a notícia é produzida e também nos comentários dos leitores, reforçando aspectos misóginos e patriarcais. “A cartilha busca orientar empresas de comunicação, escolas, sistemas penitenciários e organizações não-governamentais acerca do tema para evitar esse tipo de situação. É importante lembrar que o papel de denunciar a violência não é apenas da mulher, mas de qualquer pessoa que saiba da situação”, acrescenta Marcela.

Foto Uemg

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