A maior perda de direito do trabalhador é a da dignidade
Em tempos em que os trabalhadores e as trabalhadoras estão lutando para manter seus direitos seja os assegurados pela Constituição seja pelos celebrados em Convenção e Acordos Coletivos, nos salta aos olhos a maior perda que pode haver: a da dignidade.
E isto não é uma previsão, é a mais pura constatação da realidade trabalhista no Brasil. O fato não mente.
O corpo do trabalhador Moises Santos ficou quatro horas no corredor de um supermercado do Recife (PE), coberto por guarda-sóis até ser encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). O trabalhador, que promovia produtos alimentícios, sofreu um mal súbito e morreu no local de trabalho na última sexta-feira (14).
A loja ficou aberta para o público durante todo o tempo em que o corpo do trabalhador permaneceu no corredor até ser recolhido pelo serviço do IML.
A cena do trabalhador morto coberto com o guarda-sol em meio a rotina de vendas da rede de supermercados é o retrato da retirada do direito básico da dignidade humana.
Qual valor teve Moises para o seu local de trabalho? Nenhum sinal de respeito pelo seu corpo estendido no chão.
O repúdio a esse episódio lamentável é total e nos faz lembrar que a luta dos trabalhadores e trabalhadoras é permanente.
Maria Rosângela Lopes
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí, secretária de Relações Públicas da CNTM e integrante da Secretaria para Assuntos Raciais da Força Sindical
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